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>> Colunistas > Apegos e Ciumes Excessivos Publicado em: 12 de setembro de 2010, 22:02:11 - Lido 2233 vez(es) > Perguntaram em meu http://www.formspring.me/LazaroFreire > Como a psicanálise e a filosofia vêem o ciúme e o apego excessivo? > Como você analisa isso na vida contemporânea e como lidar com estes > sentimentos, tanto quem é alvo quanto para quem é portador? > Obrigado. Gosto muitíssimo de suas respostas. Tanto a filosofia quanto a psicanálise vão, em geral, recomendar a ponderação. Vários autores filosóficos apontariam o "apego" e o "excessivo" como os principais problemas da atitude. Em se tratando de psique, compreendo o ciumes como uma emoção. Emoções são necessárias e POSITIVAS, servem para a preservação das espécies. Sou simpático à psicologia evolucionista, compreendendo como os processos darwninianos afetam as neurociências, portanto eu diria que um pouco de cada uma dessas emoções são constitutivas e até mesmo necessárias. O problema está no excesso, que tende a ser patológico. Tristeza é bom e importante para elaborarmos lutos e reavaliarmos processos; o excesso dela com prejuizo funcional e/ou motivação inconsciente (desconhecida e inexplicável) é que caracteriza depressão ou melancolia. Ansiedade é bom para antecipar emoções, mas em demaisa gera transtornos e somatizações. Medo é importantíssimo para avaliarmos nossos limites, mas se tiver ação inconsciente torna-se fobia. Sem um pouco de ciumes e valorização afetiva do que temos, colocamos em risco investimentos nada desprezíveis, sejam materiais ou emocionais. Mas em excesso, ou fantasioso, gerando calúnias, invenções de situações imaginárias, brigas, prejuizos afetivos e principalmente desrespeitos, temos uma situação que lembra mais a psicose, uma vez que envolve comumente DELÍRIOS e alucinações. É doença, embora a sociedade seja ligeiramente complacente com crimes (abrir correspondências e computadores, por exemplo) e agressões (físicas, morais, calúnias, difamações) que ocorram dentro de um relacionamento. Na minha opinião, não deveria ser. Crime é crime, insegurança é insegurança, e não há amor baseado em des-confiança e agressão. Em relação a quem tem o comportamento agressivo, a psicanálise em geral investiga o passado de relações afetivas, e o presente da auto-estima. Cada caso é um caso, obviamente, mas muitas vezes o ciumento não tem confiança é em si mesmo, não no outro. Se alguém com quem me relaciono - afetiva, profissional, clinica ou pessoalmente - comigo demonstra sucessivamente não ter confiança em mim, costumo sempre acabar a relação, e sugerir (de coração) que procure uma outra pessoa mais honesta para se relacionar. Não há relação sem confiança, a meu ver. Lázaro Freire http://voadores.com.br/clinica -- |
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