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Encarnando Quetzacoatl no "deus" Hernán Cortez - Profecia de fim do mundo maia: Desconstruindo o apocalipse de 2012
Publicado em: 23 de novembro de 2009, 14:03:32 - Lido 3563 vez(es)
> Nome: Marilia Moura
> Email: mariliamoura@...
> Texto Comentado:
> Profecia Maia - Desconstruindo as mentiras sobre 2012 (por Lázaro Freire)
> http://www.voadores.com.br/site/geral.php?txt_funcao=colunas&view=4&id=345
> Comentário:
> Interessante, concordo com bastante coisa (menos a do Corinthians... hehehe). Entrentanto os Maias previram SIM a chegada de Cortez e sua própria exterminação - o dia exato, aliás - mas para um povo que acreditava que tudo estava escrito, submeteram-se ao destino, já que era a vontade dos
deuses.
Oi, Marília, querida sofredora. O Corinthians é Maya, uma ilusão!
Quanto a essa versão da "estória" dos Maias que você cita, ela é repetida em palestras esotéricas, livros místicos e sites esquisotéricos ou similares; talvez até por algum indígena superticioso mexicano, e certamente pelos guias turísticos das pirâmides da América Central. Mas não encontra eco nos registros históricos, nem nos livros religiosos dos Maias. Já quanto ao Corinthians, nem queira saber as profecias de nós "malas" sobre seu Curintcha na Libertadores 2010...
Embora esotéricos brasileiros desconheçam, há registros históricos precisos sobre a colonização da América Central. Já me dei também ao trabalho de ler os registros maias originais - estão na net - e são bem mais confusos e imprecisos que as centúrias de Nostradamus.
Nada nos livros maias (e menos ainda na história do México) endossa as teorias de fim de mundo, previsões de invasão, mancha solar, arca de noé ou queda do Coringão para a 2ª divisão.
Na história real, sem psicografia (aquela que pesquisamos e estudamos com fontes confiáveis, a História que nos é ensinada em nossas licenciaturas acadêmicas para podermos ensiná-la), o povo Maia - como todoso os outros religiosos do planeta - "previa" a chegada apocalíptica ou volta de Quetzacoatl, encarnação de seu deus Pacal Votan. Não havia uma data específica, aguardaram a vida toda, perpetuando o mito por gerações!
Não é em nada diferente dos judeus que desde profetas e Macabeus aguardavam o Messias, ou dos evangélicos que aguardam agora uma suposta "volta de Jesus", ou dos hindus esperando Kalki que será reencarnacao de
Krishna/Vishnu, ou dos místicos esperando o apocalipse de Nostradamus... A mesma escatologia de sempre, presente no inconsciente coletivo da humanidade. Esta visão arquetípica de um "fim dos tempos" (e todos os "tempos" acabam) gera a alegria e lucro dos mitólogos e psicólogos que assessoram os filmes de Hollywood, e faz a fortuna de pastores... e agora, na versão "maia", de vendedores de folhinhas de calendário incompreensíveis.
Nas profecias antigas, o deus Quetzacoatl viria em roupas reluzentes, cuspindo fogo, talvez voando ou com animais míticos... Tudo muito confuso e abstrato. Você leu? Mas eis que, alguns séculos ou milênios depois que essas lendas eram contadas, um dia chega Hernan Cortez e os espanhóis, matando todos, conquistando, exigindo ouro e virgens!
A confusão mítica se estabeleceu. Pobres maias: Cortéz e seus homens esavam ARMADURAS, e os maias não conheciam metais, assim. Andavam em velozes CAVALOS, animais que os povos das Americas JAMAIS haviam visto, e que faziam os "deuses" espanhóis literalmente voar para cima deles. Em caso de não obediência, usavam PÓLVORA, algo "mágico" inconcebível em seu mundo, e conseguiam matar a distância, cuspindo fogo!!! O que poderia pensar disso uma mente primitiva como a dos xamãs dali, vítimas de seus mitos, sem contato com outras civilizações?
Os governantes viram em Cortez um deus, na invasão um apocalipse, e desistiram de resitir. Claro que muitos maias tentaram, dizendo que aquele "deus" Hernan Cortéz NAO ERA Quetzacoatl coisa nenhuma. Mas os condutores míticos acreditavam piamente que havia chegado o final dos tempos. Bem, para a civilização Maia, foi mesmo. Os lideres não só entregavam o ouro e terra ao "deus" que reclamava riquezas e virgens para si, como também diziam que tudo aquilo estava previsto. Criou-se uma crença de que haviam acertarado sua profecia Maia, que armadura espanhola era roupa divina, que cavalo era animal dos céus, que trabuco e pólvora são punições religiosas. Diziam que sabiam a data, que pressentiram sinais. Talvez o tenham feito de algum modo subjetivo, mas certamente não foi "bem" o que pensaram. Morreram em vão.
Povinho "avançado" e "profético", esses maias. Eles serem crédulos, tudo bem. O curioso é 500 anos depois haver pessoas nos grandes centros bem mais ingênuos do que eles, pensando que o mundo realmente acabará se o calendário deles terminar. Será que cevemos mesmo confiar nosso discernimento e futuro a eles, 500 anos após extintos por sua própria ignorância? ;-)
E então, os maias foram dizimados, em meio a um mito popular de que teriam acertado sua profecias de fim. Não tiveram chance de refazer um de seus muitos e estranhos calendários, o mais longo, cujo um sistema de contagem precário baseado em combinações finitas de símbolos só se presta no máximo a até cerca de 2012 - desnecessário lembrar que eles não conheciam os números indo-arábicos que podem contar ao infinito. Lembrem-se que nossa folhinha só vai até 31/12/2009, mas podemos recomeçar a contagem na "nova
era" de 2010... Os hindus também renovam seus comentários, chamando o novo ciclo de uma nova "era" (yuga). Os maias não duraram nem foram tão espertos para acertar seu calendário. E muita gente que acredita literalmente nisso hoje, também não.
Já essa versão que você contou - desculpas se isso for "sagrado" pra você - é apenas a versão religiosa do Argueles (ou de quem ele copiou) e seus discípulos, um grupo esquisotérico "maia" beeem paulistano, que une calendário maia a runas escandinavas e i-ching chinês, para no fundo calcular umas frases prontas do tipo complete-os-pontinhos e um novo tipo de astrologia alternativa do Macaco Elétrico Atormentado (com muito menos conhecimento e possibilidades que da astrologia tradicional).
Esse povo que vive de vender folhinha e cursos sobre calendários complicados está mesmo em polvorosa. Será o fim do mundo se, em 3 anos, o negócio deles for arruinado e tiverem que vender nossos outros calendários. Convenhamos, os nossos calendários gregorianos possuem versões profanas bem mais gostosas, na parede de qualquer borracharia...
Em 2012, será o fim... do CALENDÁRIO Maia.
(pra terminar sorrindo com isso tudo, favor ver:
http://charges.uol.com.br/2009/11/17/cotidiano-fim-do-mundo/ )
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