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>> Colunistas > Ankh, amor, magia e sincronicidades (tatuagens 2) Publicado em: 02 de abril de 2007, 14:54:00 - Lido 6512 vez(es) Ainda sobre o tema tatuagens e uso permanente de símbolos sem o devido conhecimento, relato um preocupante caso real do meu uso do ANKH (cruz ansata egípcia), que deixaria meus cabelos - se os tivesse - de pé. Não pretendo fazer teorias sobre a causa, nem aconselhar ou desaconselhar ninguém com esta minha experiência. Apenas garanto a autenticidade dos fatos, deixando que eles por si só ajudem cada um a tirar suas próprias conclusões. A história é longa, mas vale a pena: ANKH, AMOR, MAGIA E SINCRONICIDADES Durante um certo tempo, frequentei certos grupos ocultistas e escolas iniciáticas, alguns deles bem questionáveis. Devo muito de minha formação a eles, eu não seria a mesma pessoa sem a experiência. Mas nem por isso, tudo que vinha dali era necessariamente ético, bom ou "luminoso". Provavelmente, de forma coerente com nosso próprio possível passado ou mito pessoal, gerando essa antiga atração por alta magia, práticas tântricas e sexuais, trabalhos de luz e sombra, egrégoras egípcias e cabalistas, trabalhos luciferianos e outros quetais. A banda em que toco, Naviterra, foi formada em uma dessas escolas. Todos os membros se desvencilharam de lá há tempos, mas mantemos - inclusive na música, letras e sons - a estrutura de nosso trabalho mágico e "espiritual". Intencionalmente, inclusive com letras e arranjos vindos por uma espécie de "canalização". Pois bem. Pouco tempo depois de eu me afastar de vez destas energias e trabalhos, eu tentava - como me é peculiar - conservar em mim "o melhor" de cada lugar que frequentei. E talvez ao tentar, de forma universalista, manter minhas práticas sem fechar pacote com o lugar, me vi estranhamente mais atraído pelo símbolo ANKH (Cruz ansata egípcia), que desde os tempos de lá eu já usava em meu pescoço. Comecei a acessar mais a simbologia e egrégora relacionada, inclusive em trabalhos kundalínicos, e conduções de grupos e práticas. Observei sensível melhora nos resultados - e na minha própria "sensação de poder". Aos poucos, sem perceber, "vesti" uma energia e estilo magista de algum modo inconsciente, internamente - até se refletir no externo, também. Comecei a usar mais preto, raspar a cabeça, deixar cavanhaque bem definido, e trabalhar mais e mais - talvez um pouco além necessidade ou da estrutura - as evocações de nomes de poder. Passado algum tempo, sem aparente relação com isso, uma série desastrosa de anti-sincronicidades começaram a me ocorrer. Poderia explicar, mas resumo como sendo "azar demais" para qualquer um acreditar. Acostumado a lidar com assédios energéticos e espirituais, tendo experiência anterior em grupos espiritualistas de desobsessão, entendi ser a sombra da luz que eu tentava emanar, e tomei precauções espirituais que seriam mais do que suficientes. Contudo, a questão parecia muito "inteligente" e direcionada que isso. Não era apenas uma questão de sintonia. Registre-se que a saída da antiga escola iniciática foi traumática para todos os lados, com denúncias públicas, e desmoronando "sem querer" um alicerce que fez com que o mago / mestre perdesse, em cascata, por "coincidência", boa parte de seus pilares de então. O que mais tarde tornou-se bom para todos os lados: tudo é sintonia, são necessários cortes que filtrem ou separem cada um de acordo com suas propostas. Mas, na época, era um cabo de guerra entre os opostos, com muita energia de renovação / desconstrução trocada, e a inevitável destruição para substituição. Contudo, como diz um amigo, se estamos neste meio, é por acreditarmos no Bem e na Evolução. Se eu pensasse que o lado trevoso tem mais força, e que não há um direcionamento luminoso maior, certamente não me aventuraria nesses temas e vibrações. Assim, reforcei minha própria sintonia e magia, acreditando no amparo e nas boas intenções, aliei-me à Justiça, e continuei minhas práticas. Assédio ou magia, decidi que eu não seria refém. E mantive, durante a demanda, meu "poderoso" ankh no pescoço. Me sentia mais poderoso, acompanhado de sua egrégora, e até um pouco "nu" a cada vez que tirava o antigo símbolo egípcio, bastante positivo, de luz e vida. Mas garanto que, além de qualquer amparo ou explicação espiritualista usual, não foi fácil o que enfrentei. Um fato importante para este relato é que, pouco tempo antes de minha cisão, eu havia terminado um relacionamento com uma dirigente da tal escola iniciática. Talvez a mais tântrica de minhas parceiras, companheira de longas noites de luz, sombras e magia sexual, certamente havia me visto inúmeras vezes com o símbolo no peito. Hoje é uma grande amiga, e tem suas próprias críticas ao local, mas na época ela ainda estava - bem aplicada e "orientada" - lá. Posteriormente, atentei que, embora em menor grau que ela, a imagem mental que todos faziam de mim naquela escola, ali, era sempre associada com o Ankh. E terminar mal um relacionamento com uma magista ferida, asseguro, foi *quase* tão complicado separar-se no litigioso de uma esposa advogada, experiência "Iniciática" que também tenho. :-) E com Ankh no pescoço, enfrentando sincronicidades sombrias e tentando fazer meu "caminho individual", aprendendo a me erguer além do des-amor, a vida continuou, até minha "maré de azar" parecer diminuir - ou eu aprender a conviver melhor com ela. Neste iterim, fui ministrar um curso em Porto Alegre, e no intervalo encontrei um antigo amor gaucho - Sandra magga - que fora me ver ali na Tríade Cultural, então espaço "voador" de nosso moderador Roque. E também estava na sala a Mony que - eu não sabia ainda - viria a ser um grande amor de depois. Depois percebi que entre amores do passado e do futuro, falando de luz e evolução, a vida me posicionava cirurgicamente longe de tudo o que na época simbolizava o que eu enfrentava aqui. Ou quase tudo. Encontrar a Sandra "magga" foi, como sempre, "mágico". Bruxa, sempre de negro e cheia de amuletos e penduricalhos, resgatou por minutos o amor, saudades - e beijos - de quem não vê quem ama há tempos, e precisa se abastecer de toda a intensidade antes de seguir até o próximo encontro, anos depois. Entretanto, nos breves instantes (de olhos abertos) ali, ela imediatamente prestou atenção no meu Ankh no pescoço - o mesmo que eu usava desde a tal escola. E me perguntou, com voz romântica e sexy mas também de bruxa séria que é, se eu "sempre usava aquele símbolo ali". Respondi que sim. Ela disse, enfática, olhos fixos no testemunho, com aquele sotaque de gaucha da fronteira: "Sempre, Lá? Mesmo no banho, ao dormir, ao fazer amor?". Confirmei que sim. Ato contínuo, com a determinação que um dia me fez apaixonar por aquela bruxa, sem deixar de fixar meus olhos ou piscar, ela simplesmente arrancou de uma só vez o meu Ankh do pescoço, ali no intervalo do curso mesmo, me devolvendo a "corrente" de sândalo. Em poucos movimentos decididos, colocou o ankh em um de seus vários cordões, mantendo-o junto aos seus seios, retirou uma pulseira de prata indiana do braço, colocou-a no meu, apertou primeiro o ankh junto aos seios, depois firmemente a pulseira e meu pulso, me dizendo de um jeito hipnoticamente fatal: "Lá, eu não vou tirar nunca. Tu vai estar sempre comigo aqui. E essa pulseira também está sempre comigo, promete que tu vai sempre usar também?". Eu, ainda sem piscar os olhos ou fechar a boca, balancei a cabeça, concordando hipnoticamente. Antes dela seguir, naquele fim de intervalo de minha aula, tão misteriosamente quanto surgiu. Coincidência ou não, me senti nu sem o símbolo, retirado por alguém que me amava. Só não associei ao fato das coincidências negativas terem ido embora junto com a remoção. Sem a maré de azar, meus "caminhos se abriram" por um tempo, e como reflexo de uma mudança interna (vide meu relato sobre penas, pássaros brancos, alimentação xamânica e animais de poder), comecei um relacionamento pouco depois com outra pessoa que por acaso estava presente no mesmo curso da Tríade. Sincronicidades, agora positivas, voltavam a ocorrer. Atribuindo a mudança a mim mesmo e ao amparo espiritual, e me sentindo bem, resolvi comprar um novo Ankh, em outro lugar, para usar com meu antigo colar. Ao voltar a dar palestras e conduzir práticas com ele, senti minha energia e poder voltarem. O que não notei de imediato foi que, junto com eles, os assédios (ou azares) inexplicavelmente retornaram também, lenta e progressivamente. Quando voltei ao Rio Grande, meses depois, para ver a Mony, eu estava novamente em ondas de amor sincero. Como diria o Frank, é sempre o mesmo amor, reflexo e atração de nossa própria atitude e coração - ainda que mude de rosto aqui e ali, talvez para poder se espalhar mais. E eis que numa das primeiras vezes em que fizemos Amor, com "A" maiúsculo mesmo, ela esbarrou de um modo que não entendi em meu pescoço, e o tal colar do Ankh... arrebentou. Me senti, mais uma vez, nu. Mais do que estava na ocasião. :-) Ainda em Porto Alegre, dei um jeito de tentar consertar o tal colar. E em seguida, pode ser coincidência, quase bati o carro - do Roque, que me hospedava. Ficamos juntos outra vez (eu e ela, e não eu e Roque), e novamente ela o arrebentou sem querer. Voltei a remendar, tive outro problema com o carro, além de outras notícias ruins. E ela, sem querer, voltou a arrebentar o cordão, pela terceira vez naqueles 10 dias. Desisti de consertar. Ao chegar de volta em São Paulo, almoçando com a Márcia Agame, ela me perguntou sobre o colar, e pediu para consertá-lo para mim. Ressalte-se que ela é ótima em artesanato, também era dissidente da mesma escola iniciática, também tem uma sensibilidade tremenda - e, não por coincidência, também era outro "amor" de anos atrás - o qual só canalizamos como homem-mulher por pouco tempo nessa vida, sem tanto sucesso. Mesmo quando com outras pessoas, e até antes disso, já nos diziamos "eu te amo" sinceros, de coração, sem ligar se isso seria vivido AQUI ou não. Passados alguns dias, minha amor-amiga Márcia me chamou para um almoço no tradicional Sushigen, para me entregar, consertado, meu símbolo de poder. Ela tinha um tom grave e cerimonial na voz. Quando abri o envelope, havia outro símbolo ali, como presente dela. Um "poste" de faraó, tábua vertical com hierógrifos inscritos dos dois lados, o qual, segundo ela, tinha cuidadosamente a mesma simbologia do Ankh que eu usava até então. Não gostei tanto, pois me sentia nu sem meu Ankh. Mas como era presente de alguém que me amava, tive que colocar no pescoço, e agradecer. Então ela, usando um dos tons mais sérios com que vejo bruxas falarem (eu as conheço bem, se é que podemos usar essa expressão para estes seres imprevisíveis), me devolveu (na mão) meu antigo Ankh, pedindo para que eu não mais o usasse. Segundo ela, me "acessavam" por ali. Sei que há explicações diferentes para meus leitores ocultistas, reencarnacionistas, simbologistas, espíritas ou céticos, considero todas e não as discuto aqui, mas o fato é que "caiu minha ficha" em relação ao tal Ankh. Para quem lê minha vida condensada em um relato, a correlação pode parecer óbvia, mas só naquele momento percebi pela primeira vez as coincidencias ao usar e parar, e entendi que aquele Ankh, embora seja para tantos um símbolo positivo, era, para mim, uma espécie de "Um Anel", como o simbolismo do filme. Com ele, percebi, eu acessava o que de mais poderoso eu tinha, talvez do meu passado, companhias ou mitos pessoais, de acordo com o credo de quem tentar explicar. Mas ao mesmo tempo expunha minhas sombras para que fossem acessadas por muitas consciências - ou energias, se preferirem - que adorariam me "encontrar". Fez muito sentido, e por um bom tempo, parei - a contragosto - de usar. Cheguei até a adotar um OM de madeira, bonitinho, "do bem", no lugar do Ankh negro que me trazia (pessoalmente) egrégoras ocultistas e luciferianas. Evidentemente, não me sentia tão bem com o "luminoso" símbolo hindu. Tempos depois, acabei me relacionando mesmo, por um breve período, com a Márcia. E dentre erros e acertos, mais uma vez, de algum modo, energias e tempos passados foram transmutados - cardíaco a cardíaco - em cada um desses encontros de amor e "magia" sexual, breves ou não, que muitas vezes só revelam seu verdadeiro sentido tempos depois. Para mim, tudo aquilo do passado estava superado, e nunca mais me incomodei. Nem tive os estranhos assédios de antes. Acabou. A vida seguiu, anos se passaram. e há pouco mais de dois anos atrás, comecei a me relacionar com a Cristina Cipolla, conhecida "voadora", com quem (infelizmente) terminei recentemente. Na mesma ocasião, bastante simbólica em meus processos pessoais, inauguravamos a Maniji, e o então "Espaço Voadores" da Vila Mariana, e eu me dedicava mais à psicanálise transpessoal. E novamente, eu estava amando e sendo amado (pelo menos via assim - e era, de minha parte), algo duradouro e com acompanhamento espiritual, havia entrega e sentimento, consolidação de escolha mútua responsável plasmada por ambos para durar. Pelo menos via assim - e era, de minha parte. Nesta época, no dia em que fui conhecer a casa onde seria a Maniji, acabei parando, "por coincidência", em uma loja onde havia o mais belo Ankh de pescoço que já vi. Em pedra polida, com uma corrente de material similar. Entendi como um sinal positivo. Percebi que a Maniji e o espaço voadores estavam em curso, eu trilhava novos caminhos na vida e no coração, além da mudança na carreira, em perfeita com as leis de co-criação... Minha energia era outra, eu mesmo me sentia outro, também. Avaliei que já havia superado há anos aquelas práticas, companhias e paradigmas ocultistas de tempos atrás. Para mim, foi um presente do universo, um sinal de que agora, eu já podia usá-lo. Que, uma vez mudado por dentro, o símbolo havia voltado, em uma versão mais bela e trabalhada. Comprei, e enfim readiquiri meu "poder". Na minha opinião (de então), de forma mais centrada, enfim. Não notei que, coincidência ou não, uma série de coisas inexplicáveis começaram a se suceder poucos dias depois. As piores de todos os tempos. Não havia mais demanda magista, eu mesmo era outra pessoa. Concluí, então - e tive meus motivos para isso - serem resquícios dos grandes assédios que minha nova namorada certamente parecia trazer, a meu ver injustamente, de outros tempos, companheiros, relacionamentos e locais "espirituais". Entendi que se me colocaram justamente a mim, espiritualista, na vida dela, amando e sendo amado, eu não deveria desistir por chantagens energéticas de desafetos dela, ou de seu passado, ou de quem quer que tenha lhe querido mal. Seu padrão poderia ser quebrado - e talvez tenha sido isso mesmo o que tenha ocorrido, embora ajudar a tantos nem sempre sacie a justa necessidade evolutiva - e afetiva - de nosso próprio coração. Amando, vi o que avaliei serem dificuldades kármicas delas em minhas costas, e pensei ser necessário confirmar ao universo minha vontade de estar com ela. Em amor, bradei o meu SIM. Assumi tudo o que podia - e muito mais. E ao fazer isso, ao mesmo tempo em que a copa de minha árvore tocava os céus de um novo amor, senti minhas raízes serem abaladas no mais profundo inferno, tão profundo abaixo quanto a altura que eu almejava, acima, alcançar. Insisti, acreditando no amor. Mas sonhos terríveis, premonições desconsideradas e sincronidades no mínimo surreais pareciam às vezes me exigir ou sinalizar que era melhor não me envolver - o que achei absurdo, devido ao processo de assédio. Tomei a decisão que qualquer espiritualista apaixonado tomaria, e enfrentei, com sérios danos à minha saúde psíquica, emocional e financeira - que de certo modo, ainda não terminaram com o fim da relação. Paguei o alto preço de enfrentar as tais energias contrárias a quem "ousar" comprar aquela história, e espero pelo menos tê-las transmutado, "limpando o caminho" a seguir. Mas aí já extrapolariamos o Ankh e falariamos de mecanismos de assédio e Justiça, o que caberia melhor em outra mensagem. É importante explicar que encontrei com a Cris Cipolla pessoalmente, pela primeira vez, dentro do IPPB. Não poderia haver local mais espiritualizado e protegido em meu simbolismo pessoal. O primeiro beijo e abraço se deu ainda na salinha onde tantos trabalhos são realizados. Era o último lugar no mundo onde eu poderia me enganar em sensibilidade espiritual. O que ainda confirmava uma antiga profecia do Wagner e sensibilidade minha, que também são outra questão. Mas já naquele dia, coincidentemente com Ankh no pescoço há poucos dias, eu estava com uma conta de 5.000 reais a pagar do motor de meu carro, problemas na banda, na empresa, e uma série inenarrável de "coincidências negativas" que se acumularam de modo a dificultar o período em que eu viria a encontrá-la. Com o detalhe de que ela vinha de um alto padrão (que me exigiria pelo menos algumas despesas a mais), estava morando em outra cidade (Campinas), e ainda passava por algumas dificuldades pessoais e profissionais. A série de "azares" que sofri pegou no calcanhar de Aquiles, ressaltou distorcidamente algumas de nossas diferenças, e certamente me deixou menos seguro no começo da relação. Parabéns pela estratégia, se foi obra de algum assediador, mas definitivamente afetou, a partir dali, toda a imagem e modo de relacionar, até minar no fim da relação. O que, tento me consolar, talvez não tenha sido ruim, uma vez que relações verdadeiramente recíprocas e/ou eternas não deveriam se abalar pelo temporário de modo tão definitivo assim. Pois bem, mas estavamos felizes por termos vencido inúmeras dificuldades em poucas semanas. Este texto daria um livro, no estilo UM, se eu detalhasse narrasse as muitas "chantagens bioenergéticas" e pequenas vitórias que nosso amor sofreu. E após o (re?) encontro no IPPB, fomos para minha casa, onde ficariamos juntos pela primeira vez. Novamente eu estava em uma relação de amor. E novamente, embora eu não tenha notado, estava com o Ankh no pescoço justamente no mesmo período em que vivia TODAS as sincronicidades "do mal" ao mesmo tempo. Quando abri o portão da garagem para ela entrar, no momento exato em que cruzarmos a linha da calçada para a garagem de casa, não me lembro se ela esbarrou em mim ou o que houve, mas a tal corrente com o Ankh de pedra simplesmente... arrebentou!!! Imediatamente, me lembrei de todos os fatos ocorridos anos atrás. Eu não podia acreditar! Estaria o Ankh novamente relacionado em sincronicidade com as más coincidências? Como, se eu havia superado, se aquele era outro, e me enviado "como um sinal"? Mas havia um fato que não quis ver: novamente, quando alguém me amava sinceramente, de algum modo a amada sem querer vinha e "se incomodava", indiretamente quebrando aquela ligação densa que me alcançava. Não lhes parece clara a interpretação quase junguiana de que "o amor" me livra deste meu ciclo de "sombra e poder"? Ou o recado de que a vivência do amor sincero é a magia necessária, nessa vida, para meu caminho de evolução? Pois pode ter parecido a vocês, mas não sei se inteiramente a mim. Não tive toda essa visão. Sem o Ankh, novamente me senti nu. E novamente, as coincidências estranhas pararam. Naturalmente, a noite foi maravilhosa - e sem Ankh. Na sequência, comecei até a resolver algumas pendências. Além do mais, eu estava amando, com a felicidade natural das primeiras semanas de uma nova relação. Mas eis que, umas duas semanas depois, a Cris viria novamente de Campinas para me ver, marcando como local conhecido o IPPB. Eu ainda sem carro, com o motor caríssimo inteiro estourado por mais um daqueles "azares" de pouco antes. Fiquei preocupado com o que lhe oferecer em minha casa, que por si só já era inferior ao seu padrão habitual. Passei na loja / oficina, que tinha responsabilidade discutível com o caso do carro (seria uma demanda posterior). Cobrei / briguei, expliquei a situação e o desconforto, e eles me ofereceram um outro carro temporariamente, pelo menos para não prejudicar nos compromissos pessoais e nova relação. O detalhe é que antes de sair a pé e passar na loja de veículos perto de casa, vi o tal Ankh na estante da sala, no mesmo lugar onde o deixei arrebentado, duas semanas atrás. Resolvi consertá-lo, e colocar no pescoço. Imediatamente me senti como tendo recebido uma dose extra de auto-estima - quase um viagra bioenergético. :-) O carro emprestado pela loja seria perfeito, pensei. Poderia fazer pequenas compras, e passar rapidamente no IPPB, onde encontraria a Cris, antes de irmos a um outro Sushigen, o do Itaim (noto a sincronicidade com a Márcia apenas agora, ao escrever), e voltarmos para minha casa depois. Naquele sábado à tarde, fiquei por apenas 1 hora no IPPB, entre esperá-la e encontrá-la. Estacionei onde eu sempre deixei meus carros várias vezes por semana, o dia todo, ao longo de 10 anos. Quando eu e Cris voltamos, minutos depois, o carro da loja não estava mais onde deixei. Desnecessãrio dizer que não tinha seguro, e que minha despesa foi muito maior, num efeito cascata com o desemprego da Cris a seguir, do qual até hoje não me recuperei. E que na minha visão de hoje, gerou uma situação financeira e de dificuldades não compreendidas que viria a desestabilizar completamente a relação, tempos depois. Dias depois, dei uma "dura" nos amparadores. Para mim, era inconcebível, em havendo amparo, sabendo de meu momento difícil, e da importância da reconstrução amorosa em meu dharma, eu passar por aquela situação, especialmente estando no IPPB. Qual a necessidade? Qual a lição? Não era óbvio que sem dificuldades adicionais eu podia ser muito mais útil a mim, a ela, a todos e ao dharma também? E a assistência, onde estava? Se não havia ALI, em amor, onde haveria? Que eu não pegasse o carro emprestado, então! Após minha "reclamação", notei que as coisas passaram a dar certo, já no dia seguinte. Como se eu tivesse, da noite para o dia, toda a proteção possível. Fiquei mais indignado: Quer dizer que precisamos nos estressar para o amparo funcionar? Numa projeção, um coordenador espiritual concordou comigo, e disse que o roubo do carro poderia ter sido SIM uma falta de atenção de alguém que pudesse me ajudar a cuidar, ou pelo menos me avisar. Fiquei chateadíssimo com aquela "incompetência astral" momentânea, expus as consequências (que, em minha leitura, duram até hoje em "efeito borboleta") e perguntei como isso seria possível. O amparador, em tom amorosamente desculposo, explicou-me - sem me censurar ou julgar - que temos apoio equivalente ao que somos. De um jeito cuidadoso, para não me ferir, explicou que o ocorrido foi algo análogo ao que nossos patrões precisavam fazer para que nos dedicássemos aqui. Que eu compreendesse e desculpasse meus amigos espirituais por serem afins: assim como eu, às vezes eles só ficavam atentos quando sob pressão. Envergonhado, compreendi quantas vezes trabalhei mais após ser chamado a atenção. Quem quer tratamento VIP, seja VIP aqui também. E não só nas atividades "espirituais". Mas voltando ao sábado do roubo do carro, a tal noite que devia ser romântica, embora tenha terminado sim no síncrono Sushigen do Itaim (que, coincidencia ou não, faliu / fechou a seguir), teve horas de delegacia, desespero, soluções, lágrimas, que afetaram mais uma vez qualquer segurança aparente que - hoje sei - seria indispensável numa relação como aquela. Foi marcante e desagradável, gerando uma "cumplicidade nos problemas" e despriorização do "fun factor" que infelizmente daria, a partir dali, a tônica daquele relacionamento ao longo dos anos, até seu desgastante fim. Enfim, aprendi a lição. Tirei o Ankh do pescoço, desta vez pelo MEU amor-próprio e decisão. As coisas começaram, progressivamente, a melhorar. Até que na semana passada, 2007, já tendo (infelizmente) terminado com a Cris há meses, já no começo do atual relacionamento (feliz) com a Camilla (muita psicanálise envolvida, quebra total de padrões, não exatamente indolor, ainda me acostumando a muitas coisas, mas já sendo muito feliz em outras tantas), encontrei a corrente do antigo Ankh na gaveta de meu quarto. Sei lá porque - e quem ler este relato entenderá menos ainda - resolvi colocá-la no pescoço outra vez. Durante uma fração de segundo, voltou o pensamento de dois anos atrás: "eu gostava de usar o Ankh, o momento agora é outro, será que já posso usar"? Por sorte, desta vez a corrente se partiu imediatamente, do nada, espalhando continhas mil por todo o quarto. Eu, hem? Nunca mais! :-) Pois bem, mas voltando AGORA ao tema na voadores que me trouxe a vontade de compartilhar este relato: tatuagens. O Fábio "Bi" Ramos, guitarrista e cantor de nossa banda, vem das mesmas egrégoras e caminhos que eu. Com o agravante de ser o principal canalizador das canções, e uma espécie de líder na condução energética das propostas da Naviterra. Ao mesmo tempo em que, ao longo dos anos, procurei usar o tal Ankh no pescoço, meu "irmão" Bi tomou outra decisão: Tatuou o aparentemente inócuo Ankh - símbolo altamente positivo, que também lhe transmitia poder - em seu próprio braço. Se passei o que passei, em desconstruções da matéria e coração, conseguem imaginar o que ELE passou, antes de cairem fichas similares, mesmo sem termos trocado experiências sobre este assunto? Por mais amor que se tenha, uma tatuagem não se arrebenta fácil como um cordão. Não sei o que acessamos, nem o porquê, embora haja algumas explicações, de acordo com o credo de cada um. Eu mesmo duvidaria, mas os fatos continuam a ocorrer, acreditemos nós neles ou não. Cabe, numa postura junguiana, notar-lhes empiricamente a ocorrência, tentá-los captar os recados simbólicos, deixando as teorias para os interessados. E reagir, quando a reincidência afeta diretamente minha qualidade de vida. Tempos depois, talvez sem poder retirá-lo do braço definitivamente, o Bi preferiu usá-lo como fundo para a criação de uma outra tatuagem maior, por cima. É curioso, pois sempre advertimos que tatuagens, se necessárias, deveriam ao menos ter um significado pessoal importante e eterno para quem vai ostentá-las definitivamente na própria pele - e, talvez, no corpo psíquico também. Entretanto, há a questão dos símbolos, e de sua compreensão. Penso comigo que, assim como em meu uso no pescoço, meu amigo Bi tatuou o Ankh com plena consciência (de então) de ser algo intimamente relacionado ao seu poder pessoal, e história passada. Talvez até demais. Lázaro Freire -- |
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