>> Colunistas >
* Entrevista sobre viagem astral - Casos incomuns Publicado em: 11 de setembro de 2006, 11:43:18 - Lido 3732 vez(es)
O pesquisador e terapeuta Lázaro Freire, fundador da lista VOADORES, é o entrevistado do escritor Marcelo Ferrari. O tema são as saídas do corpo, assunto que pesquisa a 20 anos.
Ferrari: Lázaro Freire fala sobre Viagem Astral Vou entrevistar aqui Lázaro Freire, criador da lista Voadores e praticante experiente em desdobramento astral. Lázaro tem tantas atividades neste sentido que, ao invés de coloca-las aqui nesta introdução, o mais honesto é ir até a Home dele e dar uma olhada. Espero com esta entrevista, investigar sobre o ser humano e sua natureza, tanto acordada quanto dormindo.
Lázaro Freire Quanto à apresentação de alguns de meus trabalhos na área, destaco:
- Criei o grupo VOADORES, com cursos e reuniões em todo país: http://www.voadores.com.br - Hoje temos a maior lista de discussão da internet nacional: http://groups.yahoo.com/group/voadores -Atendo em São Paulo em Psicanálise Transpessoal (Tendo também embasamento clínico Junguiano, Espiritualista e em PNL); atualmente cursando licenciatura em Filosofia. - Sou colunista da Revista On Line no IPPB do Prof Wagner Borges, e colaborador do instituto há 8 anos, onde ministro cursos gratuitos: http://www.ippb.org.br - Colaboro em revistas da área, tais como Esotérica, Sexto Sentido, Caminho Espiritual e Revista Cristã de Espiritismo. - Ministro a convite, pelo país, cursos sem fins lucrativos sobre Projeção Astral, Programação NeuroLinguística, Interpretação de Sonhos & Sincronicidades, Magia Mental e Fìsica Espiritual, Magia Mental e Cocriação Astral, Jesus Histórico, Tarot (Universalismo e Jung), Tarot (Interpretação e Mitologia), Práticas Bioenergéticas (comparativo de Passes, Reiki, Cura Prânica, chakras e meridianos) - Em outras áreas, sou Engenheiro de Software, DBA, redator de notícias de economia, membro do Greenpeace, escritor, e tecladista da banda Naviterra.
Como me aconselhou, certa vez, o generalista amigo Zé Rodrix: "nunca deixe que o tal 'foco' lhe roube nenhum de seus talentos". Faltou só ele explicar como fazer a semana ter 9 dias de 30 horas... (risos)
Ferrari Lázaro, como e quando foi que começou a se interessar pelo tema (viagem astral)?
Lázaro: Alguns fenômenos difíceis de explicar ocorriam desde minha infância.
Mas a projeção astral propriamente dita me "achou" na adolescência, e tornou-se mais frequente por volta dos 20 anos.
Eu costumava brincar, dizendo que as 2ª, 4ª e 6ª, eu era espírita kardecista; e as 3ª, 5ª e sábados, agnóstico.
Isso porque gostava do estilo dos espiritualistas, da ausência de ritos, da prática assistencialista, do equilíbrio que tentavam imprimir às suas ações - mas não tinha motivos para acreditar em seus dogmas e credos, particularmente os que diziam respeito a mundo astral, espíritos, mediunidade e reencarnação.
Mas a minha própria compreensão era a de uma espiritualidade prática, não presa às formas convencionais de cultuar a Deus. Na época, eu via o que chamam de "Deus", intuitivamente, na "harmonia" do cosmos e da música, nos princípios da física e do universo; no equilíbrio que parece a tudo reger, que independe dos templos. Mal sabia que esta era a base de muitas (não) religiões orientais...
Enfim, parece que "alguém" ouviu, em algum lugar, que eu até me proporia a trabalhar e a melhorar como ser humano, e que só faltava eu resolver um "probleminha" quanto a acreditar nisso ou não:
Estranhamente, comecei então a ter fenômenos onde, mesmo acordado, me via sendo ejetado do corpo físico, e assistindo a atos "meus" (?) embaixo, a partir do alto - no que chamariam de psicofonia (ou incorporação) involuntária.
Além disso, saídas do corpo à noite, sincronicidades e visões, desafiavando meu ceticismo - ou minha sanidade!
Fui obrigado a procurar um centro de um amigo meu, para buscar orientações. E lá, me adentrei nos estudos espirituais, indo da umbanda para o espiritismo, e de lá para outras correntes mais esotéricas.
Hoje, meu caminho independe de religiões, tenho uma abordagem mais universalista.
E ainda assim, as saídas do corpo continuam, o que me leva a crer que são fenõmenos naturais do ser humano, e não algo vinculado a algum dogma e religião.
Ferrari: Lazaro, é certo dizer que na viagem astral saimos do corpo? O que sai do corpo? O que fica?
Lázaro Freire:
Entendo que SIM.
Somos um espírito que tem um corpo, e não o contrário. Nossa identificação, por consenso, é com a consciência, com o "fantasma" que habita o físico.
Não dizemos "Eu corpo", e sim "MEU corpo". A projeção astral confirma isso. Aliás, um dos termos mais adequados para o fenômeno seria projeção da consciência, exatamente por independer do que seria o destino (astral, mental, céus, credos), e por deixar claro que "algo" transcendente deixa o habitáculo físico.
Pelo mesmo motivo, alguns pesquisadores preferem chamar as presenças espirituais ou outras formas de "inteligência" presentes ao fenômeno de "consciência extrafísica". Isso não agride o credo de ninguém - seja um espírito, anjo, ET, Eu Superior, Orixá, Arquétipo, ilusão transcendente ou o que for que o credo de cada um usar para tentar "explicar", ainda assim é inequívoco que:
- algo se dá ALÉM dos limites meramente cerebrais - a consciência persiste além destes limites físicos - há outras presenças conscientes, "lá".
Assim, o termo "sair do corpo", que é temporário, é adequado para a grande maioria dos paradigmas práticos. E nos leva à conclusão de que, para sair de um corpo, é necessário antes ter entrado em um.
Isso me faz lembrar a antiga verdade iniciática, atribuida a "Hermes de Trimegisto", milênios antes de definirem planetas e sistema solar: "Você veio de uma estrela Está em uma estrela E irá para uma estrela (medite)"
Dá o que pensar. Especialmente, no que viria a ser este "você" - o fantasma da máquina, o operador e programador que pilota o software mental que roda neste hardware cerebral. E que, em que pesem as experiências íntimas e intransferíveis das saídas do corpo, não depende do computador ou do software para existir.
Ferrari Lazaro, podemos estar presentes no mundo fisico e astral ao mesmo tempo? Ou seja, é possivel para uma pessoa estar voando no mundo astral e trabalhando no escritório ao mesmo tempo? Porque?
Lázaro Freire É possível, há alguns relatos, mas não é frequente. Para responder a esta pergunta, sobre a excessão, precisariamos entender primeiro os fundamentos do modelo clássico, que explica 99% dos casos:
No modelo mais didático e tradicional de compreensão, é melhor dividir os corpos de manifestação da consciência em
1. físico, material, denso 2. astral, emocional, psicossoma, sutil 3. mental, espiritual puro, consciência pura
Podemos condiderar também, para fins práticos projetivos, uma camada "um e meio" (riso), menos visível mas ainda pertencente ao corpo e à vida na terra, chamada de "duplo etérico" - onde situam-se os "chakras" (vórtices de energias, centros de força) relatados por hindus. Este "duplo etérico" não sai do corpo, e não tem vida própria.
De modo análogo, temos planos de manifestação. Locais vibracionais onde o corpo pode se manifestar. Dando um sentido mais popular, natureza de "mundos", o que chamariam de "dimensões" (sic):
A. Plano Físico B. Plano Astral ou Psíquico, Mundo "Espiritual" C. Plano Mental
E do mesmo modo, um plano A e meio, "AB" como uma espécie de "duplo da Terra", uma continuidade quase igual ao que temos aqui.
Normalmente, estamos aqui no plano físico A, e "carregamos" conosco nossos corpos 1, 2 e 3 juntos.
Na projeção da consciência, a consciência (2 e 3) deixa o corpo físico 1 na cama, aqui no plano físico A, e se vê "projetada", ejetada, passando a se manifestar no duplo da terra AB (vendo praticamente o que há por aqui) ou no plano "astral ou espiritual" B (vendo realidades espirituais).
Quando há essa saída, não resta consciência significativa no corpo físico. Por isso, não gostamos do termo "desdobramento". Você não se "dividiu", não foi "sua" consciência quem saiu, foi VOCÊ. Você tem um corpo, e não seu corpo tem uma consciência.
Mas algo vivo e a seu modo inteligente reside em cada célula, e no corpo, mantendo funções vitais, geralmente em atividade cerebral mínima (ondas delta e teta). Em casos mais raros, essa porção pode ser significativamente maior.
Há também casos comuns em que o chakra frontal se projeta, em uma espécie de visão remota, ou "clarividência viajora". Isso é muito confundido com viagens astrais. Seria como um periscópio, mandar uma "câmera" ou sonda, apenas para imagens - e não a "cpu" consciencial, que, no seu exemplo, teria ficado no escritório.
Vários projetores experientes relatam, ocasionalmente, situações difíceis de se explicar pelo modelo tradicional.
Certa vez, dirigindo sozinho do Centro Empresarial de SP para minha casa no Jardim da Saúde (25 km), involuntariamente me vi em projeção astral. "Eu" estive em outra realidade/local, em trabalho de assistência - mas meu corpo e carro, não!
Sei que o tempo é função da atenção e consciência (ao fazermos uma prova, passa lentamente; ao dormirmos cansados, passa rápido), e no astral não é o que parece ser. Mas, ao "acordar", me assustei: eu já estava na Saúde, 20 km distante de onde "apaguei". E não vi o tempo passar!
Havia trânsito, semáforos, hora do rush. Alguma parte de mim "dirigiu", e atravessou o trânsito de São Paulo... E sem multas, o que é difícil na Av. Bandeirantes. Preciso patentear isso para motoristas estressados! (risos)
O pesquisador Waldo Vieira também relatou ter se visto, de cima, pilotando uma moto. Em equilíbrio, fazendo curvas, e vendo o físico embaixo. Dá o que pensar: é necessário uma razoável atividade mental para tomar as decisões envolvidas no pilotar da moto - com evidentes riscos para a saúde (risos). Mas, neste caso, pode ter sido uma clarividência viajora, visão remota, percebe?
Casos assim questionam o modelo convencional, mas são raros. É como o modelo atômico: na 5ª série aprendemos algo que se aplica a 99% das nossas experiências. Não é errado. Depois, novas experiências nos fazem buscar modelos melhores.
Ferrari <<< Mas, ao "acordar", me assustei: eu já estava na Saúde, 20 km distante de onde "apaguei". E não vi o tempo passar!>>>
Lazaro, então voce não "viveu" estes 20 kms? É isto? Vc não tem lembranças do percurso, mas tem lembranças da assitencia que estava dando? Vc "viveu" a assintencia e deixou de viver os 20 kms. É isto? Me parece então que a questão da presença tem haver com o que se está registrando na memória? É isto?
Outra coisa, é possivel, por exemplo, vc sair do seu corpo fisico agora, vir até o meu local de trabalho e depois relatar o que viu? Ou seja, uma vez que vc saiu do corpo como vc sabe a diferença entre um "mundo" e outro.
Lázaro Freire Em relação à primeira pergunta, certamente eu vivi, de algum modo. Mas minha consciência e memória do período é a de uma assistência projetiva (uma das grandes possibilidades da projeção), em outro local. Ou seja, em termos populares, havia consciência em dois lugares ao mesmo tempo.
Contudo, algo vivo e inteligente certamente se ocupava da direção do veículo - ainda que meu cérebro, ao retornar, não tenha considerado esta parte da experiência consciente como a principal a ser registrada. Neste caso, raro, creio que o termo "desdobramento" poderia ser aplicável...
Amigos espíritas, dentro de sua ótica, que respeito, tentaram me convencer de que certamente um espírito "incorporou" em mim, dirigindo o carro enquanto eu ajudava aos desencarnados, em outro lugar. Pode ser, não descarto possibilidade alguma (até para manter uma mente aberta), mas acho pouco provável que eu seja merecedor de "motoristas astrais". (risos)
Amigos projeciologistas, por sua vez, tentaram me convencer (com, digamos, "excesso de ênfase") que "foi clarividência viajora" e pronto, aproximando-se daquilo que, em seus registros, mais se assemelhava - e descartando preventivamente uma excessão que pudesse contrariar o já estabelecido.
A existência de duas verdades absolutas e imprecisas sobre a mesma experiência me fez pensar sobre a importância de não ter certeza alguma...
Particularmente, acredito (ou melhor, SEI, por experiência íntima) da comunicabilidade com consciências extra-físicas (sejam lá o que forem na ótica de cada um), mas resisto ao determinismo espiritólatra: ainda penso que seria mais sensato uma sonolência inesperada me levar a parar o carro em um posto, e ao dormir, me projetar. (sorrisos)
Sonolência em casos assim, para esses fins, é comum. O que ocorreu foi algo que o modelo convencional não explica. Não tenho a pretensão de ter "verdades" e explicações sobre o que ocorreu de fato, mas, junguianamente, me mantenho aberto a observar, e a questionar os modelos vigentes a partir da observação íntima pessoal.
Ferrari: A) É possivel, por exemplo, vc sair do seu corpo fisico agora, vir até o meu local de trabalho e depois relatar o que viu? Ou seja, uma vez que vc saiu do corpo como vc sabe a diferença entre um "mundo" e outro.
Outra coisa:
B) Uma premissa do método cientifico pra considerar algo como "real" é que pelo menos dois observadores possam ter a mesma observação deste algo. Sendo assim, se vc sair do seu corpo ao mesmo tempo que eu sair do meu, nós podemos nos encontrar, observar as mesmas coisas e depois conversar e concordar sobre o que vimos assim como fazemos no mundo fisico?
<<< continua >>>
--
|